Minas Gerais lidera geração distribuída no Brasil e ultrapassa 1 GW de potência instalada
Minas Gerais se consolida como o estado que mais investe em geração distribuída (GD) de energia elétrica no Brasil, concentrando cerca de um quinto da potência instalada nacional. Nessa modalidade, os consumidores instalam suas próprias usinas de microgeração e minigeração para produzir energia a partir de fontes solar, hídrica, eólica, biomassa ou biogás.
O estado é o primeiro da Federação a ultrapassar a marca de 1 GW de potência instalada em geração distribuída, meta alcançada em 13 de abril. “Esse marco é muito relevante para o Estado, porque os mineiros acreditaram na importância da transição energética e foram atrás. Criaram políticas de incentivo estaduais, fomentaram o mercado e hoje os benefícios ambientais, econômicos e sociais são uma realidade”, afirma Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Minas Gerais conta com 84.248 usinas de micro e minigeração, beneficiando mais de 120 mil unidades consumidoras e evitando a emissão de aproximadamente 394 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano.
Atualmente, o estado concentra 5,4 GW em potência instalada, sendo 96% provenientes da fonte solar, seguida por aproveitamentos hídricos (2%) e biomassa/biogás (2%). A GD Solar também tem desempenhado um papel essencial de inclusão social no sertão mineiro, com projetos de arrendamento de telhados, capacitação profissional e desenvolvimento regional, como os conduzidos pela ABGD em Montes Claros, sob coordenação de Walter Abreu, diretor regional da entidade.
O presidente da ABGD destaca ainda o empenho de empresários e políticos mineiros na causa da geração descentralizada. Um exemplo é o deputado federal Lafayette de Andrada, que, em parceria com a ABGD, elaborou um projeto de lei considerado o Marco Legal da GD — uma contraproposta à revisão da Resolução Normativa nº 482 da ANEEL, ainda em discussão.
A proposta atual da agência é vista como um retrocesso por empresários e consumidores, pois reduziria o retorno em créditos energéticos de 100% para apenas 37% da energia injetada na rede. Atualmente, os consumidores podem receber 100% da energia excedente gerada como créditos na conta de luz e têm até 60 meses para utilizá-los, fomentando a sustentabilidade e a democratização da energia limpa em todo o estado.