A geração distribuída (GD) no Brasil acaba de superar a marca de 1 gigawatt de potência instalada no meio rural, nesta terça-feira (28/09), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esse volume é suficiente para abastecer aproximadamente 1,5 milhão de habitantes e pode evitar a emissão de 406 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano, de acordo com cálculos da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
Assim como nas classes residencial, comercial, industrial e setor público, o segmento rural deve passar por uma aceleração significativa na instalação de novos projetos, destacando-se pelo ritmo superior ao das demais classes de consumo.
“O produtor rural possui financiamentos diferenciados para aquisição dos equipamentos. Hoje, quem gera a própria energia já obtém maior rentabilidade em suas atividades, reduzindo gastos com a conta de luz”, explica Carlos Evangelista, presidente da ABGD. Por esse motivo, ele projeta que a GD rural alcance 2,5 GW em 2022.
Entre as mais de 64.500 micro e mini usinas instaladas em propriedades rurais, mais de 95% são painéis solares fotovoltaicos, enquanto o restante utiliza fontes hídrica, biomassa e eólica. A disponibilidade de área e a ausência de grandes edificações que bloqueiem a luz solar favorecem o crescimento da energia solar no campo.
Além do aumento do custo da energia e da redução do preço da tecnologia, outro fator que impulsiona a expansão do setor é a aprovação iminente do marco legal da GD pelo Senado. O texto propõe que, até o final de 2022, novas conexões mantenham as regras atuais de gratuidade do uso da rede de distribuição até 2045, fortalecendo o incentivo à adoção da energia própria no meio rural.