A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mudanças climáticas nos últimos tempos e como esses
acontecimentos estão relacionados à potencialidade das matrizes energéticas renováveis no Brasil.
Esses serão alguns dos pontos discutidos na 12ª edição do Fórum Geração Distribuída (GD), que teve
início na noite desta terça-feira (08/03), e segue até quinta-feira (10/03), no Blue Tree Premium
Morumbi, em São Paulo, capital, e contou com a presença de autoridades, empreendedores e
especialistas na área.
Para o presidente nacional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Guilherme
Crispim, a pauta energética é fundamental, pois o mundo passa por uma mudança global da matriz
energética. “O que está acontecendo no mundo agora, muito desse pano de fundo e conflito passa pela
questão energética”, afirmou Crispim durante o lançamento do evento.
Neste sentido, explica ele, ter a capacidade de produção energética de forma mais sustentável e
equilibrada, fará a diferença nas escolhas e decisões estratégicas dentro de uma perspectiva global.
“Somado a esse momento de conflito e guerra, temos ainda a questão climática e da busca pela
sustentabilidade. Então, é natural que cada vez mais as empresas e países desenvolvidos busquem
alternativas de gerar energia limpa”, frisou o dirigente lembrando que o Fórum é uma oportunidade de
representantes do setor público e privado, da cadeia como um todo, discutir e propor melhorias para o
setor.
Na oportunidade, o representante da Associação Brasileira de Energia Solar (Abens), Ildo Bet
ressaltou que o mercado de energia sustentável está em alta, em especial, a solar, a qual considera
bastante “democrática” e pode ser instalada na própria residência. Disse ainda que esse crescimento
vai cooperar muito com a mitigação dos efeitos climáticos e o problema de aumento do custo de
energia devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“A pessoa produzindo a sua própria energia reduz a conta em torno de 90%. Assim, não é preciso usar
combustíveis fósseis. Produzimos e usamos aquilo que está de graça, que é a energia solar. O sol é
democrático, porque nasce todos os dias e para todos. É energia limpa, não é poluente e não vai
agredir a natureza. É um benefício imenso para a sociedade. É irreversível esse crescimento da
geração distribuída utilizando a energia solar fotovoltaica nas residências, nos comércios, nas
indústrias, nos órgãos governamentais, no agronegócio”, garantiu Ildo.
SUDESTE LIDERA PRODUÇÃO – No Brasil, já são mais de um milhão de telhados produzindo
energia solar. O grande destaque vai para a região Sudeste, que responde por 35,6% da geração de
energia fotovoltaica. Tanto que o deputado estadual de Minas Gerais e presidente da Comissão das
Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos, Gil Pereira, participa do Fórum GD deste ano. No
estado mineiro existe uma legislação de sua autoria que isenta o ICMS para até 5 mega de energia
solar fotovoltaica.
“Minas Gerais lidera com quase 18% de tudo que é produzido de geração distribuída no nosso país.
Em Montes Claros temos as maiores plantas de geração distribuída e geração centralizada. E o
momento que passamos com a guerra impactando o mundo inteiro, demonstra que precisamos das
energias renováveis. Temos o sol por 365 dias no ano e, com a tecnologia avançando cada vez mais,
quando a bateria tiver já efetivada em nosso país e no mundo, vamos dispensar as energias fósseis e só
a renovável vai mover o nosso planeta”, declarou o parlamentar.
Representando o estado do Espírito Santo, Raquel Freixo, destacou que é fundamental a participação
nessas discussões e no contexto do estado como política pública, em que a União, os municípios e os
entes federados se unam às iniciativas privadas na busca por soluções de fomento e de potencializar
ainda mais a geração de energia a partir dessas fontes renováveis.
“Isso só é possível quando fazemos isso a quatro mãos e o estado do Espírito Santo tem feito esse
dever de casa agora mais do que nunca, pois temos deixado um ambiente de negócio bem propício
para que as empresas queiram importar os seus produtos por lá, fabricar e até mesmo gerar sua própria
energia.”
SEGURANÇA JURÍDICA – Com a publicação em janeiro deste ano da Lei 14.300/2022, no Diário
Oficial da União, que cria o Marco Legal da Geração Distribuída, a produção de energia fotovoltaica
passa a ter mais segurança jurídica. Já que a legislação prevê um período de transição para projetos
solicitados em até 12 meses contados da publicação da lei.
Na prática, isso quer dizer que todos os projetos em GD, já instalados ou cuja solicitação de acesso
ocorram até o dia 7 de janeiro de 2023, serão válidos nas regras atuais de compensação previstas na
Resolução 482 (Resolução Normativa n.º 482/2012), até o dia 31 de dezembro de 2045.
Para o presidente do Sindenergia em Mato Grosso e coordenador regional da Associação Brasileira de
Energia Solar (Absolar), no estado, Tiago Vianna, que marcou presença no lançamento do 12º Fórum
GD, leis como essa do Governo Federal bem como exemplos de políticas públicas da região Sudeste
em incentivo à produção fotovoltaica, além das práticas aplicadas para desenvolvimento do setor,
refletem no mercado mato-grossense. “A segurança jurídica é um dos principais pontos para o
desenvolvimento do segmento GD. Os temas discutidos aqui impactam a todo o cenário nacional”,
finalizou Vianna
Diretoria da ABGD, ABSAE e COGEN avança em discussões sobre a integração de BESS à Geração Distribuída no Sistema Elétrico Brasileiro
Na última segunda-feira, 18/02/2025, a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), em conjunto com a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE) e a Associação da Indústria