A geração distribuída (GD) manteve crescimento durante o início da crise causada pela pandemia da Covid-19. A potência instalada cresceu 378 MW em março e abril, chegando a esta semana com 2,78 GW. O movimento vai na contramão do setor elétrico, que apresentou redução no consumo de até 10% após as três primeiras semanas de quarentena, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
“A continuidade do crescimento de instalações de geração distribuída demonstra a força de soluções descentralizadas na nova realidade que estamos vivenciando”, destaca Carlos Evangelista, presidente da ABGD. O executivo explica que gerar a própria energia reduz os danos em cenários críticos como este. “Os consumidores livres e especiais estão estudando formas de mitigar prejuízos, visto que precisam pagar pela demanda contratada e não pela utilizada”, explica Evangelista.
No mercado cativo, os consumidores podem ser afetados posteriormente na hora de ratear os prejuízos que as distribuidoras terão nesse período com as sobras de energia que, se forem vendidas, serão negociadas por um preço mais baixo do que os valores pagos pelas concessionárias. O governo estuda conceder um empréstimo para as concessionárias a ser custeado depois pelas tarifas de energia. “O prosumidor, que gera seu próprio insumo, encontra nessa independência um alívio, um problema a menos para se preocupar”, conclui.